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Esse é o primeiro blog dos Agentes de Segurança de Medidas Socioeducativas do Estado de Sergipe.
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domingo, 28 de fevereiro de 2010

"Os Indiferentes"


 
Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.

A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.

Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.

Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.
 (Colaboração: Agente de Segurança) 

Cenam cheio de deficiências para funcionar



Longe de ser referência em medida socioeducativa e de reinserção social de menores, o Centro de Atendimento ao Menor de Sergipe (Cenam) acumula deficiências que põem em risco a integridade física dos internos e dos servidores da instituição. Superlotação, instalações precárias e agentes socioeducadores insatisfeitos são alguns dos problemas do Cenam, que na noite da última terça-feira, 23, foi palco de mais um tumulto entre os internos. Desta vez, dois jovens de 17 e 18 anos foram encaminhados à Delegacia Plantonista na noite da terça-feira, dia 23, por suspeita de tentativa de homicídio contra outro adolescente. O jovem teria sido espancado pela dupla com cabo de vassoura, sendo encaminhado para o Hospital Governador João Alves Filho (HGJAF).

O número de motins no Centro de Atendimento ao Menor também evidencia a falta de estrutura da unidade. Segundo Eziel Oliveira, presidente do Sindicatos dos Agentes de Medidas Socioeducativas de Sergipe, de agosto do ano passado até agora ocorreram cerca de 12 rebeliões e seis fugas. A mais recente ocorreu na madrugada de terça-feira, 23, por volta das 4h30, quando quatro internos escaparam da unidade ao serrarem uma grade e pularam o muro. Três obtiveram êxito e um foi recapturado ainda na saída da unidade. Esta é a segunda fuga em menos de uma semana. A primeira ocorreu dia 18, quando um interno de 17 anos foi eletrocutado e teve quase 100% do corpo queimado.
(Extraído: Jornal Correio de Sergipe)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ILEGALIDADE?! Juiz decreta ilegal greve dos agentes do Cenam

A greve dos Agentes de Segurança do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam), foi decretada ilegal pela Justiça do Trabalho na manhã de sábado, 20, por não haver possibilidade de manutenção do controle das unidades com apenas 30% dos agentes em escala de serviço. O Cenam teve duas fugas desde que a greve começou.

Com a decretação da ilegalidade da greve, os agentes estavam tentando voltar ao trabalho, porém  estavam sendo impedidos pelo diretor da Fundação Renascer, Gicelmo Albuquerque, de entrar nas unidades socioeducativas.

“Assim que recebi a determinação logo informei aos agentes que era preciso retornar aos postos, já que a greve havia sido declarada ilegal por parte da Justiça, pedido esse que foi prontamente atendido por todos. Porém, ao chegarmos ao Cenam fomos impedidos de entrar pelo diretor da Fundação Renascer, Giselmo Albuquerque", revela Eziel Oliveira.

"Os agentes estavam querendo voltar ao trabalho, e o senhor Gicelmo, homem que não tem diálogo com os agentes em momento algum, não queria deixar que voltassemos. Trancou os portões!", afirmou um agente que preferiu não ser identificado.

"Para ele (Gicelmo Albuquerque) o objetivo é criar repercussão negativa contra o sindicato e seu presidente, Eziel Oliveira, para que a entidade fosse obrigada a pagar a multa estipulada pela Justiça do Trabalho, no valor de dez mil reais por dia de descumprimento da decisão", concluiu o agente.

O presidente do sindicato dos agentes esteve na delegacia plantonista acompanhado de diversos agentes, bem como da imprensa sergipana, onde prestou queixa contra a ação do diretor do Cenam. O boletim de ocorrência servirá como prova da ação truculenta contra os agentes que estão apenas reivindicando o direito de trabalhar para não serem mais prejudicados por esta direção que aí está.

A secretária da Inclusão Social, Luci Silva, entrou em contato com o diretor da Fundação Renascer, para esclarecesse o ocorrido e também ordenar para que os portões das unidades fossem abertos facilitando, assim, do retorno dos agentes ao trabalho. Feito isso, Giselmo Albuquerque se dirigiu ao Cenam por volta das 16h, onde permitiu o acesso dos agentes ao local. Segundo Eziel Oliveira, todos os agentes que estavam na escala de plantão trabalharam em seus postos nas unidades.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Segundo dia de greve, segundo dia de confusão

No segundo dia de greve dos agentes sócioeducativos, dia 19, mais um dia de confusão, dessa vez a tentativa de fuga foi na Unidade Educativa de Internação Provisória (USIP), onde cerca de 60 internos se rebelaram.

De acordo com informações dos agentes, os adolescentes saíram das alas e avançaram contra os agentes, na hora muito quebra-quebra, mas nenhum interno conseguiu escapar, todos foram contidos pelos agentes de segurança que estavam de serviço.

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Sócioeducativos, Eziel Oliveira, essas rebeliões já podiam ser previstas.

Agentes do Cenam fazem vigília e greve é mantida



A greve dos agentes do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) que começou na quinta-feira, 18, e continua por tempo indeterminado. De acordo com o presidente do sindicato, Eziel Oliveira, os agentes ficarão de vigília na frente da unidade mesmo neste fim de semana. "Ficaremos aqui até que o governo resolva se posicionar em relação ao nosso reajuste salarial. Na segunda vamos à Câmara Legislativa", afirma Eziel.

O presidente do Sindase também informou que 30% do efetivo continua trabalhando na unidade. "O Cenam não está paralisado, ainda tem agente trabalhando. Realizamos uma panfletagem, depois fizemos uma paralisação após o dia de visita para não prejudicar as famílias, mas dessa vez ficaremos aqui, do lado de fora da unidade", explicou.

O grande problema para a Fundação Renascer, que administra a unidade, é manter a tranquilidade do Cenam, mesmo com o desfalque dos agentes grevistas. No primeiro dia da paralisação, a unidade sofreu uma rebelião com fuga de dois adolescentes. Outro interno acabou eletrocutado quando também tentava escapar. Há pelo menos dez dias houve outro episódio como esse, com quatro fugas, demonstrando o quão deficiente é o sistema de segurança.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Começam as Fugas Durante Greve dos Agentes


                Por volta das 10h30min da manhã de hoje, os agentes de segurança que estavam na manifestação em frente ao Cenam foram informados que já estava ocorrendo fuga na Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (USIP). A fuga se deu na Ala 6, sendo que 4 adolescentes conseguiram pular os muros de mais de 3 metros de altura. Por infelicidade um dos que pulou, o adolescente conhecido por “cobra coral”, ao jogar a “tereza” (corda feita com pedaços de panos e lençóis) molhada por cima do muro encostou em um dos fios de alta tensão (cerca de 3.800 volts) da Energisa que passa por dentro das Unidade da USIP. O interno ficou com queimaduras em quase 100% do seu corpo. Foi socorrido de imediato pelos profissionais do SAMU e encaminhado às pressas para o Hospital de Urgência e Emergência de Sergipe (Huse). De acordo com um médico que prestou os primeiros socorros ao adolescente, as queimaduras foram de segundo grau.
 
"A corda pegou no fio de alta tensão e o adolescente levou uma grande descarga elétrica e teve o corpo queimado", disse o tenente Rosman, da Polícia Militar. O adolescente gravemente ferido foi levado para o Hospital de Urgência e Emergência de Sergipe (Huse), onde está internado. 

 O presidente do sindicato dos agentes de medidas sócio educativas, Eziel Oliveira, afirmou que a fuga aconteceu por omissão do Governo. O presidente da Fundação Renascer, Gicelmo Albuquerque, acompanhou o encaminhamento do adolescente, mas não se pronunciou sobre o assunto.

Esperamos que o Senhor Governador do Estado de Sergipe possa atender de imediato as solicitações dos Agentes de Segurança para que não possa ocorrer o pior. Pois o Cenam com 70 homens contratados por empresa de segurança privada não tem a mesma segurança do que quando está com os 12 agentes de plantão trabalhando 24 horas.

A polícia realiza buscas com o objetivo de localizar os três adolescentes que conseguiram fugir da Unidade Sócio Educativa de Internação Provisória (Usipe) que fica junto ao Centro de Atendimento ao Menor (Cenam).  

Outras fotos abaixo:

AGENTES DO CENAM INICIAM GREVE


Hoje, 18, às 07 horas, os agentes de segurança do Cenam iniciaram greve, onde reivindicam reajustes salariais de 47% e incorporação de gratificação no salário base.

                A categoria montou barraca em frente ao local de trabalho, onde, através de faixas e carro de som, chama a atenção do Governo de Sergipe e da população aracajuana para seu movimento.
 "A greve é por tempo indeterminado, e faremos vigília durante esses dias de paralisação na frente do Cenam. Somente 30% ficará para cumprir a lei de greve", afirmou Eziel Oliveira, presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança do Cenam.

                "Os adolescentes sabem que haverá a greve e a situação é tensa. O Cenam deverá contar com a ajuda da polícia para que a ordem seja mantida", completou Eziel.

Os agentes estiveram, no período da manhã, fazendo panfletagem nos semáforos das principais vias da cidade, informando a sociedade os motivos das reivindicações.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Falta de Estrutura no Cenam

Ano passado, representantes da Justiça Global, Unicef e entidades de defesa dos direitos da criança e adolescente visitaram o Centro de Atendimento ao Menor (Cenam), localizado em Aracaju, para verificar as condições físicas e, principalmente, como são tratados os menores infratores. Essa visita foi motivada, também, pelas constantes rebeliões, fugas e denúncias de maus-tratos no Centro.

A conclusão a qual chegaram os órgãos foi o que já é rotina nos noticiários locais: os agentes de segurança são mal preparados para desempenhar a função de proteger e lidar com os internos, não há programas educativos e de ressocialização, vários problemas de segurança, que facilitam a fuga dos menores etc. Enfim, se chegou ao veredito que o Cenam não cumpre o propósito para o qual foi criado: apreender dignamente os jovens infratores, prestar atendimento psicológico, desenvolver medidas educativas e evitar com que os internos voltem a praticar crimes. O Centro foi considerado pelas entidades como uma "cadeia para menores".
Não só os menores e seus familiares reclamam do serviço prestado no Cenam. Os agentes de segurança, quando não estão em greve, estão ameaçando paralisar as atividades devido, segundo eles, à falta de condições de trabalho e baixo salário. De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança (Sindase), Eziel Oliveira, a condição de trabalho dos agentes é "a mínima possível; sem equipamentos adequados, não há armamentos não letais para evitar-mos motins e rebeliões antes que a Choque chegue; não existe a separação dos internos de acordo com os crimes cometidos, periculosidade e idade, como diz a lei etc".

A respeito das constantes rebeliões e fugas, Eziel afirma que foram tantas fugas no ano passado, que ele desconhece o número. "Quando o coronel Henrique Rocha esteve à frente da segurança, havia mais preocupação em se investir neste setor, mas não havia recursos. Foram duas rebeliões durante a permanência do coronel Rocha, porém, com a chegada do atual presidente da Fundação [Renascer, que gerencia o Cenam], creio que já são doze. Eles [os menores foragidos ou que já cumpriram a pena] sempre voltam ao Cenam por cometerem outras infrações. E não há buscas após 24h da fuga".

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mais de 11 Mil Adolescentes Estão Atrás das Grades

Somente 20% das infrações referem-se a homicídios e latrocínios 


O mais recente Levantamento Nacional do Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei, realizado pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos (SEDH) a cada biênio, mostrou que, ao final de 2008, o número de internos no sistema era de 16.868 adolescentes, sendo 11.734 na internação, 3.715 na internação provisória e 1.419 na semiliberdade. O número é 397% maior do que o verificado em 1996.

A taxa de crescimento absoluto de 2007 para 2008 foi considerada pequena (2,17%), já que a elevação chegou a 28% no período 2002-2006, e foi de 4,41% de 2006 para 2007. Esses valores são chamados de absolutos porque não consideram a taxa de crescimento dessa faixa etária entre a população brasileira. Menos de 0,2% dos brasileiros entre 12 e 18 anos estiveram no sistema socioeducativo.

Outro ponto que merece destaque no documento é que o número de adolescentes em semiliberdade aumentou, passando de 1.214 em 2007 para 1.419 no período da pesquisa (2008). Também é possível observar uma queda na internação provisória, que passou de 3.852 (2007) para 3.715 (2008). Indicadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que somente 20% das infrações cometidas por adolescentes referem-se a homicídios ou latrocínios (roubo seguido de morte).

Segundo levantamento nacional sobre o atendimento institucional de adolescentes em conflito com a lei, publicado pelo Ipea em 2003, 51% dos adolescentes que cumpriam privação de liberdade (a mais severa das medidas socioeducativas) estavam fora da escola quando cometeram as infrações.

Como exeplo podemos citar a Fundação Casa (SP), responsável por 5.761 jovens ao final de 2008, apesar de a maioria (76%) ter idade suficiente para cursar o Ensino Médio, quase 90% não haviam concluído o Ensino Fundamental e cerca de 6% eram analfabetos.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

As medidas socioeducativas

O Estatuto da Criança e do Adolescente define medidas a serem aplicadas aos adolescentes infratores. Veja quais são algumas delas:
- Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade

- Orientação, apoio e acompanhamento temporários

- Matrícula e freqüência obrigatórias em escola pública

- Inclusão em programa de auxílio à família, à criança e ao adolescente

- Advertência

- Obrigação de reparar o dano que causou

- Prestação de serviços à comunidade

- Liberdade assistida

- Internação em regime de semi-liberdade

- Internação em estabelecimento educacional

Segundo o estatuto, ao aplicar a medida ao adolescente, o juiz ou o Ministério Público deve levar em conta a capacidade do menor em cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. A legislação ainda ordena que em hipótese alguma a prestação de trabalho forçado pode ser aplicada como medida socioeducativa.


Outras regras

 - É proibido o transporte do adolescente em compartimento fechado de veículo policial (camburão).

- O adolescente só pode cumprir medida socioeducativa de internação em unidade exclusiva para adolescentes, por um período máximo de três anos. Caso não haja uma na sua cidade, ele deve ser imediatamente transferido para a mais próxima. O prazo máximo que o adolescente pode esperar por essa transferência na delegacia é de cinco dias.

- Os adolescentes internados devem ser separados por sexo, idade, compleição física e gravidade da infração.

- Durante o período de internação, inclusive provisória, é obrigatória a realização de atividades pedagógicas.
(Fonte: Jornal do Senado (http://www.senado.gov.br/JORNAL/noticiaLink.asp?codNoticia=71648)) 

Estatísticas

Comparação entre total de adolescentes de 12 a 18 anos e aqueles em conflito com a lei - 2005/2006

Comparação entre população total de adolescentes entre 12 e 18 anos, e aqueles em conflito com a lei – 2005 / 2006
Fonte: IBGE / Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – 2005/2006 - Organização: Marcelo Iha


Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes aos anos de 2005 e 2006, o Brasil tinha 24.461.666 de adolescentes entre 12 e 18 anos.

Desse total, apenas 0,1425% representava a população de adolescentes em conflito com a lei. Tal porcentagem, em números absolutos, significa 34.870 adolescentes autores de atos infracionais cumprindo algum tipo de medida socioeducativa em todo o Brasil.


Adolescentes em conflito com a lei,
segundo o tipo de regime - 2006
Fonte: Levantamento Nacional do Atendimento Sócio Educativo realizado pela Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, da Presidência da República (SPDCA / SEDH / PR) – 2006 - Organização: Marcelo Iha

Dos 34.870 adolescentes em conflito com a lei, é possível dividi-los conforme o tipo de regime cumprido, que são os seguintes:

- Meio aberto: inclui prestação de serviços comunitários, liberdade assistida ou, ainda, ambos simultaneamente. Totalizam 55% do total, ou 19.444 adolescentes. Nesse tipo de regime, no entanto, é importante enfatizar que são considerados apenas os números das capitais de cada Estado;

- Meio fechado: são as medidas de internação ou internação provisória, que totalizam 14.192 adolescentes, ou 41% do universo daqueles que estão em conflito com a lei;

- Regime de semiliberdade: representam 4% dos adolescentes autores de atos infracionais, ou 1.234 pessoas em números absolutos.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

UNICEF - Brasil está com site infantil

Está no ar o primeiro site infantil em língua portuguesa desenvolvido pelo escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância [UNICEF] no Brasil. O site traz informações sobre os direitos das crianças e adolescentes de forma lúdica e de fácil navegação. Entre outros assuntos o site aborda temas delicados como HIV/Aids, violência e políticas públicas. Dentro dessa temática estão disponíveis jogos, desenhos para colorir, testes, vídeos, enquetes, fóruns, curiosidades e histórias.


O objetivo do site é contribuir para a garantia da Convenção sobre os Direitos da Criança em relação ao direito de informação e à liberdade de expressão. Nesse sentido, o site também dá espaço para que as crianças e adolescentes manifestem suas opiniões sobre os problemas que enfrentam no dia-a-dia.

Acesse: http://www.unicefkids.org.br/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

AGENTES DO CENAM ENTRARÃO EM GREVE

Os agentes de segurança do Cenam, em Assembléia realizada hoje, 09, às 10 horas, decidiram que, a partir do dia 18, estarão entrando em estado de greve por tempo indeterminado.

A categoria desde agosto de 2009 vem reivindicando reajuste salarial de 47% de forma escalonada até o fim do ano. Desde o fim da última greve os agentes estão mantendo as atividades normalmente, atendendo, assim, à solicitação do secretário de Administração, Jorge Alberto, para a solução da questão do reajuste salarial.

“Em novembro de 2009, João Andrade (secretário de Estado da Fazenda) avaliou a nossa proposta e disse que só teria condições de pagar o valor pedido em janeiro de 2010”, diz o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança (Sindase), Eziel Oliveira.

“Queremos que o salário aumente gradativamente de dois em dois meses, a partir de fevereiro”, completa Eziel.

Segundo o vice-presidente do Sindase, Carlos Alberto, o prazo dado pelo próprio secretário foi até a segunda quinzena de janeiro para que pudessem cumprir o prometido.
 
O Governo até o momento não tomou um posicionamento sobre a questão salarial dos agentes do Cenam.

O salário-base dos agentes é de R$ 471,00.

Mais Fugas no Cenam

     Na manhã dessa segunda, 08, por volta das 10 horas, 20 adolescentes das alas 5 e 7 do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) arrebentaram os cadeados e desceram para o patio, todos com rostos cobertos por camisas. Enquanto a maioria dos internos entrava em confronto com os agentes de segurança e vigilantes terceirizados, 04 (quatro) aproveitaram, lançaram sobre os muros dos fundos da Unidade "terezas" (cordas feitas com pedaços de panos e lençois) e pedaço de concreto que haviam arrancado na rebelião passada e que ainda estava no local, e fugiram.
     Um agente de segurança e um vigilante ficaram feridos.
     De acordo com Eziel de Olieveira, presidente do sindicatos dos agentes, nesta terça, 09, às 10 horas os agentes de segurança estarão se reunindo em assembleia para decidirem se cruzarão ou não os braços por tempo indeterminado.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cenam e o Governo Batendo Cabeça


Quem assistiu a reportagem da TV Sergipe sobre a mais recente rebelião no Cenam notou que o diretor do Cenam e o comando da PM parecem que fazem parte de governos distintos.
Enquanto o comandante da capital, coronel Yunes foi claro em afirmar que havia reféns, o presidente da Fundação Renascer, Gicelmo Albuquerque, fez questão de desmentir a polícia. Pelo que se passou no Cenam e pelos relatos de bastidores, principalmente de servidores, não deixa dúvida que o coronel Yunes está com a razão.
Parece que a direção do Cenam quer esconder da sociedade e do governador o que acontece no órgão. O Cenam, que era problemático no governo passado, passou alguns meses da atual administração, no início, com um programa correto de socialização dos menores. Mais depois, a mudança do secretariado fez com que toda equipe saíssem como se tivesse mudado o governo. Não deu outra, tudo recomeçou, como se a direção anterior não tivesse feito nada de bom.
A nova secretária da Inclusão Social, Luci Silva precisa ter coragem e determinação para mudar radicalmente a gestão do Cenam. Está claro que não está dando certo o modelo – se é que pode se chamar assim – que está sendo implantado pela direção atual.
É preciso de cara acabar com os vínculos eleitorais na administração da Fundação Renascer e todos os outros órgãos subordinados. Na área de atenção ao menor infrator não há espaço para os dividendos eleitorais.
É preciso uma política séria, sem demagogia e sem interesses eleitorais. Se não mudar o quadro nos próximos cinco meses este problema será explorado muito bem pela oposição.
(Extraído: Ribeirópolis.net)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Paralisação dos Agentes de Segurança do Cenam

Após várias reuniões do Sindicato dos Agentes de Segurança Socioeducativos (Sindase) com o secretário Jorge Alberto para negociações do reajuste salarial e sem ter, até o momento, uma posição do Governo de Sergipe sobre as reinvidicações, os agentes paralisam hoje, 04, as atividades das Unidades Socioeducativas.

Eziel de Oliveira, presidente da categoria, informou que foi realizada uma assembleia na última sexta-feira, 29/01, e ficou definida a paralisação das atividades nesta quinta-feira, um dia que não tem visitas com o objetivo de mostrar ao Estado que a intenção dos agentes não é atrapalhar as famílias, nem prejudicar a segurança no Cenam.

“Queremos uma resposta do Governo do Estado, com relação ao reajuste salarial dos agentes de segurança. Esta situação de insatisfação não pode continuar. Desde agosto até agora já ocorreram diversas fugas e rebeliões. Os agentes necessitam de segurança e motivação profissional para realizar um bom trabalho. Se o governo não entrar em contato com a gente para uma negociação vamos realizar outra paralisação no próximo domingo e não descartarmos entrar em greve posteriormente”, desabafou o presidente da categoria. “Além disso, faltam equipamentos de proteção individual e ainda recebemos um salário mínimo de R$ 471”, completou.

Hoje o Cenam encontra-se com 80 internos. Na Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip) há 66 internos. Ainda há mais 15 internos no regime de semiliberdade (CASE) e três na unidade feminina.

A segurança de todas as Unidades Socioeducativas estão com os 136 Agentes de Segurança. “O que mostra a deficiência da segurança desse sistema. O correto seria um agente para cada três internos em situação normal e um agente para cada cinco internos em situação de rebelião. No entanto, nós temos apenas um agente para cada 12 internos”, disse o sindicalista, lembrando que eles trabalham em regime de plantão.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PRINCÍPIO DE REBELIÃO NO CENAM

No dia de hoje, 03/02/2010, às 11h da manhã, os adolescentes internos do Centro de Atendimento ao Menor (CENAM) deram início à rebelião Mais Uma Vez. O movimento ocorreu em nenhum momento que as visitas (parentes dos Próprios internos) encontravam-se no interior dos alojamentos.


Houve confronto dos adolescentes com os Agentes de Segurança e funcionários da Casa. Os adolescentes encontravam-se MUNIDOS de chuços, atearam fogo nos colchões e jogaram pedras nos agentes.
Os agentes de colchões MUNIDOS (improvisados como escudos) evitaram uma evasão dos internos em massa.

O Batalhão do Policiamento de Choque auxiliou no e controle da rebelião na contagem dos internos.