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Esse é o primeiro blog dos Agentes de Segurança de Medidas Socioeducativas do Estado de Sergipe.
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

AGENTE DE SEGURANÇA DO CENAM É FERIDO EM REBELIÃO


Cerca de 50 internos do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) se rebelaram ontem à tarde e promoveram um quebra-quebra nos dois pavilhões do setor destinado aos adolescentes já sentenciados pela Justiça. Por volta das 13h, durante o horário do banho de sol, eles tentaram fugir da unidade e entraram em choque com os agentes de segurança que estavam de plantão e que com bravura impediram a fuga em massa. Dois agentes e dois internos ficaram feridos no confronto.
Um dos agentes sofreu um corte profundo no braço e foi operado no Hospital de Urgência João Alves Filho (Huse).
Durante a rebelião, os internos destruíram quase todas as alas, quebraram paredes e grades, formaram barricadas e colocaram fogo em colchões e outros objetos. Bebedouros entregues recentemente pelo governo também foram destruídos. As obras de reforma do Cenam, que se arrastam desde 2007, tiveram de ser paralisadas durante a rebelião e os operários foram retirados dali às pressas.
Na confusão, um grupo de adolescentes conseguiu escalar um muro da parte traseira do Cenam e abriu uma falha na serpentina de arame farpado que cerca os muros. Oito deles conseguiram pular para um matagal, mas quatro foram recapturados até a noite de ontem. A informação do número de internos que fugiram foi passada pela PM, após a recontagem dos internos.
Fontes do Sindicato dos Agentes de Segurança da Fundação Renascer (Sindasf) informaram à imprensa que a rebelião de ontem foi insuflada por dois internos do Cenam que já teriam 20 anos de idade, que articularam um plano de fuga. Ainda segundo ele, o grupo de 50 internos tentou libertar os adolescentes que estavam na Unidade Sócio-Educativa de Internação Provisória (Usip) e tomou três pessoas como reféns, sendo dois professores que ministram as aulas de reforço e um interno de 16 anos que estava ameaçado pelos colegas.
Os reféns foram resgatados pelos próprios agentes de segurança do Cenam, que enfrentaram os internos com cabos de vassouras e barras de ferro que foram tomadas deles.
Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChq)foram acionados ao local para ajudar os agentes de Segurança a controlar o tumulto. Uma parte da tropa permaneceu ali pelo resto da tarde, auxiliando nas revistas das alas. Quatro equipes do Corpo de Bombeiros foram enviadas ao Cenam para apagar o incêndio promovido pelos internos.

Um comentário:

Agentes de Segurança Socioeducativo de Minas Gerais disse...

Aos colegas,
É lamentável como estas cenas de guerra são comuns em nossas Unidades socioeducativos. Isto não ocorreria caso todos os governos observasse o que reza a lei. Infelizmente neste momento quem sofre são o Agente Socioeducativos. Os Secretários de Estado, superintendentes, diretores só ficam atrás das mesas bem protegidos. Por varias vezes nós Agentes denunciamos os descasos das Secretarias, responsáveis pelas Unidades socioeduacativas e todos tentam desqualificar o que falamos, reclamamos sobre a falta de pessoal, falta equipamentos de segurança, superlotação, internos com idade acima de 18 anos e nada é feito.
Estas rebeliões na verdade são é declaração de que os atuais governantes não tem nenhum compromisso com a área de segurança, nenhum compromisso com os adolescentes em conflito e principalmente nenhum compromisso com os Agentes de Segurança Socioeducativo e que estes governantes são incompetentes para lidar com o serviço publico. Será que para mudar o sistema terá que morrer algum Agente? Outra pergunta que fica no ar é, para onde vai o dinheiro destinado ao sistema socioeducativo, já que nenhumas melhorias vêem? Quem está ganhando para que o sistema continue assim e os Agentes continuar sofrendo?
Nós Agentes de Segurança Socioeducativo de Minas Gerais nos solidarizamos com os colegas que sofreram estes atos de terrorismo em pleno local de trabalho, em Sergipe, isto não vai ficar assim, agora é hora de mobilizarmos mais e mais porque, nós não saímos de nossas casas para ir trabalhar e sermos feitos reféns ou morrer. Autoridades ou melhore as condições de trabalho e salário ou greve.