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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Neguinho Brizola - Ex interno da Unis/ES diz que é possível mudar

Ele não quer ser exceção - Romualdo Costa, é possível mudar


Há seis anos ninguém diria que o temido Neguinho Brizola, que liderava rebeliões na Unidade de Internação Socioeducativa (Unis), em Cariacica, e assaltava nas ruas, um dia reassumiria seu nome de batismo: Romualdo Costa de Almeida. Hoje, aos 23 anos, mostra que recuperou bem mais do que seu nome, mas também a sua dignidade. Os tempos de bandidagem - que começaram cedo, aos 11 anos -, e o apelido da vida no crime ficaram no passado.

É por já ter vivido - e sobrevivido - ao que muitos adolescentes aspirantes a "chefes do tráfico" passam, que ele garante: mudar é possível. "Não acreditar nisso é não acreditar em minha história", afirma. A discussão sobre criminosos irrecuperáveis ganhou força com a prisão, na semana passada, de Leonardo Damasceno, cujo nome de guerra é Leozinho.

Aos 18 anos, ele disse à polícia, com orgulho, que já matou 27 pessoas. É provável que tenha aumentado o número de homicídios para buscar notoriedade - a quantidade de crimes ainda está sendo investigada, e já se sabe que algumas pessoas ditas como mortas, estão vivas. Mas também é verdade que inocente Leozinho não é.

Romualdo, como Leozinho, também passou pela Unis, que nos últimos seis anos teve aumento de 267% no número de internações. Hoje, 501 jovens estão internados por infrações como roubo (25%); tráfico e associação (15%); tráfico (14%); furto (12%) e homicídio (10%). Foi nessa mesma unidade que Romualdo ajudou a promover uma das rebeliões mais violentas, onde uma gerente da unidade foi mantida refém.

"Quando não conseguia fugir, cavava túneis, quebrava e ateava fogo nos ambientes, agredia, fazia rebeliões, manipulava outros adolescentes", lembra Romualdo. Ele, que tanto fugiu da Unis para praticar novas infrações, voltou de livre vontade para a instituição, onde hoje é coordenador pedagógico.

As histórias com as quais lida, no local, não fogem à sua: órfão de mãe alcoolista, pai ausente, dividia um cômodo e a vida precária com cinco irmãos, também menores. Todos se tornaram infratores, seguindo os passos dos primos e tios. Todos seguindo a rotina: assaltos, tráfico, homicídios. Mas a sua história mostra que é possível quebrar esse ciclo. Como? Dando aos adolescentes o que têm direito, mas nem sempre recebem: educação, oportunidades e apoio familiar. "Quando conquistam isso, mudam", garante o homem que recuperou a própria vida.

(Fonte: Primeira Hora)

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