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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Desabafo de um agente socioeducativo da Funase



Sou anônimo, não só por medo da repressão, mas porque o Estado quis assim. Trabalho na Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNASE), antiga FUNDAC e FEBEM, atuando como AGENTE SOCIOEDUCATIVO (ASE). Meu ingresso nesta instituição se deu através de concurso público, realizado pela Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), mais prova de títulos consecutiva, no ano de 2004.

Trabalho dentro de um pavilhão superlotado, quente, de odores fortes, sujo e mal ventilado. Eu e mais ou menos cinco colegas tomamos conta de quase 100 internos. Os adolescentes perdem anos valiosos de suas vidas, quando não a perdem, entre saídas e retornos. E o Estado até parece que se sente culpado, mas a criminalidade é a entidade que realmente abraça com laços fortes o futuro de cada um deles.
 
Adolescentes da Funase sendo "ressocializados"
As funções de um ASE são muitas e dentro delas destaco: zelar pela integridade física e moral do interno, cuidar de sua segurança, alimentação e higiene pessoal, conduzi-lo e custodiá-lo para suas audiências, a hospitais ou outras instituições, contribuir para seu retorno a sociedade, ajudá-lo nas etapas de sua reeducação, proteger e cuidar do patrimônio da Fundação. No meio dessas atribuições o agente ainda tem que ter: habilidade para controlar rebeliões, tumultos entre gangues rivais, estupros, lesões corporais, consumo de drogas, agressões morais e ameaças. Tudo isso entre os internos e muitas vezes contra nós mesmos.
 
Não temos armas, somente o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Não temos a segurança dos nossos empregos, pois somos temporários. Não temos direitos trabalhistas, porque não recebemos vale-transporte, ticket alimentação, insalubridade, FGTS, adicional noturno, indenização, seguro desemprego, até o direito de fazermos parte do SASEPE e sermos atendidos pelo hospital do servidor é negado.
 
Sobrevivemos de nosso sacrificado salário, que nem se quer chega a ser dois mínimos. Como posso existir com tão pouco? Eu também sou vitima do Estado e prossigo a quase 6 anos, fazendo a minha parte. Como um pacto pela vida, pela minha vida, sem ninguém me vê e saber quem sou. Cada vez mais anônimo

Em tempo
O agente socioeducativo de Pernambuco que escreveu esse texto foi demitido a pouco tempo, juntamente com  muitos outros agentes, por ter o contrato finalizado.


5 comentários:

silva disse...

isso e um absurdo
com a gente nao temos segurança nenhuma na unidade nao temos direitos a nada
nada mesmo
isso e revoltante sou agente tb
o salario e pouco muito pouco

silva disse...

o concurso publico vai ter ou nao

Anônimo disse...

O que fezem com a gente é um absurdo tanto salárial quanto moral, tá na hora de dar um basta. Quero saber se o nosso sindicato vai sair do papel pra nós entrarmos de cabeça

Anônimo disse...

Sindicalistas quero que vcs dê um visita no cenipi pois tem um fiscal que não tem condições de trabalhar, porquer piscicologicamente ele encontra-se doente e está prejudicando o trabalho dos demais funcionários, ate peseguindo os AGs ele está;o nome do fisca é Tádeu do turno par noturno e o mesmo fica o dia todo agravando a sua daença.

sateaur disse...

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