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terça-feira, 24 de julho de 2012

Rebelião na Usip: um adolescente foge e dois são feridos


Rebelião acontece durante manifestação dos agentes da unidade
Local por onde adolescente fugiu (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Um adolescente fugiu e outros dois ficaram feridos durante rebelião ocorrida na manhã desta terça-feira, 24, na Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip), destinada a atendimento e aplicação de medidas socioeducativas a adolescentes em conflito com a lei, em Aracaju. O adolescente que fugiu estava na Usip à disposição do Poder Judiciário. Ele é acusado de ter envolvimento com o tráfico de drogas.

Seria uma fuga em massa, se não fosse a atuação imediata dos agentes socioeducativos e do efetivo da Polícia Militar que atua na Usip. A rebelião naquela unidade coincide com a manifestação dos agentes de medidas socioeducativas e assistentes sociais, que se concentram na porta da unidade, denunciando irregularidades no sistema e reivindicando a implantação do Plano de Cargo de Salários para as categorias.


De acordo com informações do tenente-coronel Jackson Nascimento, comandante do policiamento da capital, durante a rebelião, os adolescentes conseguiram arrancar uma grade de ferro e, com ela, quebraram uma parede pela qual tentaram fugir.
Agentes mobilizados em frente à Usip no momento da fuga
No tumulto, um adolescente conseguiu fugir e outros dois ficaram feridos, segundo informou a Assessoria de Comunicação da Fundação Renascer. Um agente de medidas socioeducativas, que se encontrava no exercício da atividade, reclamou de dores e informou que sofreu arranhões no momento em que estava, com outros agentes, tentando controlar a situação dentro da unidade.

A situação foi controlada por dez agentes de medidas socioeducativas que estavam trabalhando com o reforço de dois tenentes da Polícia Militar, que integram o efetivo da corporação que atua naquele complexo, segundo informou o tenente-coronel Jackson Nascimento.


O Pelotão de Choque da Polícia Militar se encontravam no local porque foram mobilizados para acompanhar a manifestação dos agentes e dos assistentes sociais, mas o grupo não entrou na unidade.
Tenente-coronel Jackson: situação controlada
Segundo a assessoria da Fundação Renascer, os dois adolescentes feridos receberam atendimento médico na própria unidade e passam bem. Eles sofreram ferimentos considerados leves, segundo a assessoria. Depois da situação contornada, os adolescentes rebelados foram recolhidos e permanecem trancados na primeira ala, segundo confirmou o tenente-coronel Jackson Nascimento.

Os agentes de medida socioeducativas também reclamam das condições de trabalho. Segundo um agente que estava em serviço na manhã desta terça-feira, 24, na Usip, a rota de fuga já é tradicional. “É uma rota conhecida de todos e ninguém toma providência”, relata o agente, que não quer ser identificado por temer represálias. “Deveria ser colocado graxa, concretina [faixa de arame farpado], grampo e outros objetos que dificultam as tentativas de fuga naquela rota”, observa.
(Fonte: Infonet)

Assistentes sociais e agentes socieducativos paralisam


Assistentes sociais afirmam que não há projeto de recuperação
Agentes paralisam atividades (Fotos: Portal Infonet)
“A única atividade educativa dos internos é dobrar papel”. A afirmação é do diretor do Sindicato dos Assistentes Sociais de Sergipe que paralisou as atividades na manhã desta terça-feira, 24, junto com os agentes socioeducativos. As duas categorias reivindicam por melhores condições de trabalho no Centro de Atendimento ao Menor (Cenam).

“Os internos produzem peças, vasos e artesanatos de papel sozinhos. Não há uma política de recuperação para esses jovens. Tentamos ao máximo ser criativos, mas já são seis anos que estamos trabalhando e não houve nenhuma capacitação para os profissionais”, afirma Ancelmo Menezes.

O Plano de Cargo de Salários é outra pauta de reivindicação dos assistentes sociais. De acordo com relatos dos profissionais, o cargo de assistente social não está sendo reconhecido. “Desempenhamos atividades de assistente social, mas o  nosso cargo está como orientador social o que não corresponde as atividades desempenhadas”, denuncia Ancelmo.
Diretor do Sindicato dos Assistentes Sociais afirma que não há projeto de recuperação
Os assistentes sociais também denunciam a falta estrutura adequada para acompanhamento socioeducativo. Segundo o sindicato, as atividades dos psicólogos, assistentes sociais e pedagogos estão resumidas em atendimento individual, o que os profissionais avaliam que não contempla o acompanhamento socioeducativo eficaz.

Agentes

Para reivindicar por melhores condições de trabalho no Cenam, os assistentes sociais e agentes paralisaram as atividades por 24 horas. Nos últimos 45 dias o Sindicato dos Agentes de Segurança de Medidas Socioeducativas (Sindasse) já paralisaram as atividades duas vezes por falta de negociação. “Já tem mais de um mês que a pauta de reivindicação foi entregue a Fundação Renascer e até o momento não houve negociação”, afirma o vice-presidente.
Sidney denuncia irregularidades
De acordo com o Sindasse ao todo são 116 agentes, número considerado insuficiente para atender a demanda. O Sindicato pede no mínimo 200 agentes para atender aos internos. O agente socioeducativo Valdson Bastos explica que são 10 agentes por plantão para atender 70 internos. “Além do armamento precário, o baixo efetivo preocupa. Caso aconteça uma fuga é muito complicado para consegui conter os internos por causa do número reduzido de agentes”, diz Bastos.

Irregularidades

O Sindasse ainda ressaltou que caso não ocorra negociações até o fim da semana, a categoria deflagrará greve por tempo indeterminado. Quanto as denúncias das irregularidades nos pagamentos de diárias o sindicato afirma que o dinheiro deverá ser devolvido aos cofres públicos.

“Cerca de  330 pessoas estão  recebendo gratificações, sendo que as unidades possuem ao todo 160 funcionários. Só a presidente da Fundação, diretor financeiro e operacional já foram pagos mais de 250 mil. Este dinheiro precisa ser devolvido aos cofres públicos”, denuncia Sidney.
Polícia concentrada deste o início da manhã
Um pelotão de Choque permenece concentrado em frente ao Cenam desde o início da manhã, para garantir a segurança. O Sindasse informou que apesar da paralisação, a segurança continua sendo realizada dentro das unidades pelos 10 agentes de plantão.

Fundação

A Fundação Renascer informou que já tem conhecimento das atividades do Sindasse e vai aguardar até o fim da paralisação para retomada de negociações:

“A diretoria executiva da Fundação Renascer não entende e fica surpresa com o movimento de paralisação e greve anunciadas, uma vez que na reunião do dia 5 de julho os representantes do Sindasse concordaram e assumiram o compromisso de aguardar o prazo solicitado. Também volta a afirmar que os esforços para atender as reivindicações, que são amplas e requerem planejamento, estão sendo feitos, e espera manter o diálogo que foi aberto com a Seides e Fundação Renascer, visto que, com paralisação e greve as negociações regridem e todos perdem”, alegou a Fundação, por meio de nota enviada ao Portal Infonet.

(Fonte: Infonet)