SEJA BEM-VINDO!

Esse é o primeiro blog dos Agentes de Segurança de Medidas Socioeducativas do Estado de Sergipe.
Aproveite ao máximo e dê sugestões para que possamos melhorá-lo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Medidas socioeducativas fracassam por falta de oportunidades para jovens

Adolescentes em atividade lúdica na
Case de Feira de Santana

O fim do cumprimento da medida socioeducativa, quando o adolescente ganha a liberdade depois do período determinado pela Justiça, pode ser o começo de dificuldades ainda maiores. Ao sair da Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case), o jovem tem que encarar a mesma realidade que o levou a perder a liberdade. Mesmo que saia recuperado, corre riscos. “Há pessoas que acham que, se um adolescente cometeu um homicídio, três anos de internação (tempo máximo previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente) não bastam e querem fazer justiça com as próprias mãos”, diz o diretor da Case Melo Matos, em Feira de Santana, BA, Pablo Roberto Gonçalves. Outro perigo é o submundo das drogas.

Pablo Gonçalves observa que mesmo quem parou de usar drogas pode ter deixado dívidas e, sem dinheiro, paga com a vida. “Perdemos entre um e três adolescentes por mês, mortos por traficantes ou pela polícia”, lamenta Luiz Antônio Araújo, subgerente da Coordenação de Apoio à Família e Egressos (Cafe), órgão do governo estadual que funciona em Salvador,BA,  e está em processo de extensão para outras regiões. No mês de julho, por exemplo, um jovem de 19 anos, atendido pela Cafe e que já trabalhava em uma empresa na BR-324, acabou morto pelo tráfico. A maioria dos internos é do interior, segundo Araújo.

Distância - A mesma realidade se verifica em Feira de Santana. Em 10 de agosto, por exemplo, havia 56 internos para as 66 vagas do Melo Matos. Destes, apenas 26 eram de Feira de Santana, de acordo com Pablo Gonçalves. A distância entre a residência do interno e o local do cumprimento da sentença é um problema, na visão do juiz da Vara da Infância e Adolescência em Feira de Santana, Walter Costa Júnior. Ele observa que o correto seria regionalizar as unidades, para que os adolescentes não ficassem distantes das famílias. Uma nova unidade está sendo construída em Feira de Santana, com 90 vagas.

Quando estiver pronta – a previsão inicial do governo era abril de 2010, mas a obra atrasou – vai servir para desafogar as duas cases de Salvador, que têm superlotação. Enquanto estão internados, os adolescentes frequentam salas de aula no Melo Matos, de acordo com a série que estavam cursando antes da apreensão. As aulas ocorrem pela manhã. À tarde, praticam esportes e têm atividades como informática, arte-educação, serigrafia, pintura, artesanato e culinária.
(Fonte: Blog do Marcelo)

Nenhum comentário: